Pages

27 de agosto de 2011

Quem nunca pensou em voltar no tempo?

Reviver um momento, redescobrir uma vida. Minha professora de leitura nos trouxe um tema interessante, um tema que tonara-se, nos últimos meses, meu maior desejo, meu maior sonho. E se eu encontrasse a tal da máquina do tempo? Acho que quase ninguém sabe, mas meu maior (e impossível) sonho, é poder voltar no tempo, no dia em que eu quiser, reviver tudo o que eu já vivi, mudar todas as minhas decisões que se tornaram, mais tarde, consequências que me trouxeram tristeza e lágrimas. Sim, se eu voltasse no tempo, gostaria de voltar com toda a experiência adquirida com as más escolhas. 
Gostaria de falar neste texto, sobre uma história que poucos conhecem, uma história que só eu entendo. Havia um tempo em que eu não me preocupava com sofrimento, dor emocional ou frustração. A minha única preocupação era se minha mãe traria ou não a bolacha com recheio que eu preferia, se meus amiguinhos na escola, faltariam ou se poderíamos brincar de pega-pega como antes. Havia um tempo em que a única dor que eu conhecia era a dor de um machucado, quando você cai. Mas isso mudou de uns tempos pra cá.
Acho que a maioria das pessoas sabem o que é a perda de alguém que se ama muito, mas a pior das perdas é aquela quando você continua a ver a pessoa todos os dias, ouve sua voz, pode perceber sua presença, mas vê que ela não sente sua falta. Mas aí entra outra concepção que me faz ficar em dúvida. Quando você sente saudade de alguém que aparentemente não quer estar ao seu lado e não te ama, você simplesmente finge que aquela pessoa não existe e começa a agir como se estivesse muito feliz e melhor sem ela. Você não olha mais nos olhos dela, não conversa, não cumprimenta, finge não perceber sua presença e se faz de forte, mesmo que quando chegue a noite, você se desmanche em lágrimas se lembrando dos momentos bons passados ao lado desse tal “alguém”. 
Porém, há um grande erro humano nessa história toda; e se a tal pessoa também faz o mesmo com você? E se ela finge não sentir nada, por orgulho ou medo de se entregar à uma história concreta?
Voltando ao assunto, o que eu realmente gostaria de mudar na minha vida, necessitando assim, de uma máquina do tempo, seriam essas pessoas que fingem não sentir saudade. Ou que nos provocam saudade sem que saibamos o que se passa em suas mentes, sem que consigamos enxergar, através de seus olhos mais uma vez, seu real sentimento por nós, já que nós mesmos evitamos este contato. O que me deixa intrigada é: eu faria tudo novamente e morreria por dentro com todo o sofrimento que vem me dilacerando pouco à pouco, ou evitaria este momento de dor sem ao menos experimentar das coisas boas, sabendo que no final me fariam sofrer? 
Creio que a maioria das pessoas gostariam de voltar às suas infâncias, onde não existiam preocupações, medo, dor, angústia, saudade ou sofrimento. Mas acho que há uma razão para não termos tal poder, pois do que adiantaria voltar no tempo e impedir coisas ruins de acontecerem, sendo que ainda assim, levaríamos conosco nossos sentimentos e lembranças, nossas experiências? Saberíamos que aquilo nos faria mal, logo, saberíamos que “em outra vida”, vivemos tal momento e sofreríamos do mesmo modo. A única diferença que posso encontrar é: sofreríamos em dobro, nos torturaríamos. Teríamos vontade de fazer tudo de novo, mas não faríamos com o receio de que tudo se repetisse, sabendo que nossas vidas são sempre um ciclo de pessoas que entram e saem de nossas vidas, mas nunca pessoas que ficam. 
Gostaria de deixar uma mensagem à todos aqueles que desejam voltar no tempo ou reviver um momento: há um motivo para ter sido do jeito que foi, há um motivo pelo qual você chora hoje, mas se lembre que ontem você sorriu, não é verdade? Não chore por não poder reviver, sorria por poder se lembrar. Estou certa de que, se foi algo que realmente lhe marcou, com alguém que realmente amava e que sente saudades de verdade; se fechar os olhos e se concentrar, poderá reviver tudo aquilo em sua mente. 
Mas se sente saudades de alguém, não deixe de dizer. Por mais que tenha repetido isso mais de um bilhão de vezes, o que sentimos sempre muda, pessoas se esquecem umas das outras e sentimentos se apagam com o passar do tempo. Assim como as folhas se desprendem das árvores no outono, pessoas se vão, mas isto não significa que se esquecem de suas raízes, nem mesmo que possam sobreviver longe daqueles que lhe trouxeram o sentido da vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá! Sinta-se livre para expor sua opinião sobre o blog, beijos.